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50+: O Que Mudou?

50+: O que mudou?

O etarismo é um problema que persiste no mercado de trabalho. Ainda que muitas empresas tenham criado programas e oportunidades para profissionais 50+, não atendem à demanda deste público, que é muito grande. Existe muito investimento em programas de diversidade, mas nem sempre os 50+ estão incluídos no projeto.

Vagas específicas têm sido criadas para este grupo, muitas vezes aquém do potencial, competências, conhecimentos e habilidades do profissional. E pior: via de regra essa população sequer é considerada como opção em processos seletivos. Normalmente não são chamados, mesmo que atendam ou superem os requisitos da posição.

Faz tempo, escrevi um artigo elencando possibilidades para os 50+: consultoria, negócio próprio, ínterim management, apoio em startups, empresas especializadas em vagas, cursos e eventos para essa população, entre outras.

O mundo do trabalho mudou, a carreira mudou, os vínculos empregatícios se diversificaram. Entretanto, na prática, observo que muitos de meus assessorados ainda fazem questão do regime celetista, pois entendem que teriam direitos assegurados, benefícios diferenciados, aliados a maior segurança financeira. Muitos já são aposentados, mas o valor recebido é insuficiente para manter uma vida relativamente confortável. É comum encontrar profissionais 50+ com filhos em fase escolar, o que exige altos investimentos.

A população estimada no Brasil em 2023 é de 214 milhões de habitantes. De acordo com a ONU, em 1950, o brasileiro tinha uma expectativa de vida de 48,1 anos, em 2019 subiu para 75,3 anos, caiu para 72,8 anos em 2021, subiu para 76,2 anos em 2023 e deve chegar a 88,2 anos em 2100.

A expectativa de vida cresceu 40% no Brasil nos últimos 60 anos (fonte BBC). Nossa realidade mudou muito, porém, parece que a mentalidade continua a mesma.

“O Brasil tem mais de 28 milhões de idosos (acima de 60 anos), número que representa 13% da população do país. Esse número pode dobrar de tamanho nas próximas décadas, de acordo com as estatísticas do IBGE (2018). Em 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3%. O “índice de envelhecimento” — relação entre a porcentagem de idosos e de jovens — deve aumentar de 43,19%, em 2018, para 173,47%, em 2060”.

Fonte: Exame.com

Estudo do SENAI, baseado na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), mostra um crescimento significativo de pessoas 50+ no mercado de trabalho. O número de trabalhadores no Brasil com mais de 50 anos cresceu de 4,4 milhões em 2006 para 9,3 milhões em 2021, o que representa um aumento de 110,6%. Em 2006, os profissionais 50+ ocupavam 12,6% do total de vagas e, em 2021, eles já eram 19,1%. A participação desse grupo no estoque de emprego formal cresceu 51,6% nesse período.

Ao mesmo tempo a população de brasileiros com mais de 50 anos cresceu 63,2%. Era estimada em 34 milhões em 2006, aumentando para 55,5 milhões em 2021.

Mesmo que os valores apontados pela RAIS sejam animadores, ainda existe uma quantidade significativa de 50+ fora do mercado, o que indica que temos um caminho longo pela frente…

Qual é a nossa responsabilidade nisso tudo? O que podemos fazer?

50+: o que mudou?

Fica o convite à reflexão!!!

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